Venezuelanos caçam gatos, cachorros e pombos para se alimentarem

Com fome graças ao socialismo, venezuelanos caçam gatos, cachorros e pombos para comer.

Mensagem do prefeito de Chacao, Ramón Muchacho, no Twitter.

Sem comida, cerveja, artigos de higiene e com racionamentos constantes de energia elétrica e água, a situação na Venezuela está ficando cada vez mais grave graças ao socialismo. De acordo com informações do prefeito da cidade de Chacao, Ramón Muchacho, “há pessoas caçando gatos e cachorros nas ruas, e pombos nas praças, para comer”.

Ainda acordo com a mensagem do prefeito, publicada no Twitter, “essa não é uma brincadeira, essa é uma realidade muito dolorosa”. A informação vem logo após a notícia, publicada na Venezuela, de que cinco soldados do exército venezuelano foram presos por roubar seis cabras de uma igreja para ter o que comer.

Ditadura socialista a caminho da irrelevância

A Venezuela era, até o final do século XX, uma exceção na América Latina. Durante quatro décadas, entre 1958 e 1998, o país foi um exemplo de estabilidade política e de democracia no meio de um continente mergulhado em ditaduras militares. Seu relógio político obedecia a um fuso horário diferente do de seus vizinhos. E ainda obedece. Encerrados os regimes fardados em quase todas as nações latino-americanas, a Venezuela elegeu um coronel cujo grande feito até então era uma fracassada tentativa de golpe contra um presidente que, embora comprovadamente corrupto, fora democraticamente eleito. Uma vez no poder, Hugo Chávez não demorou a mostrar ao mundo que colocaria o seu país no rumo oposto ao da consolidação democrática e da modernização e recuperação econômica da maioria dos vizinhos.
Eleito pela primeira vez em 1998, Chávez tem sistematicamente usado os instrumentos da democracia para reduzir a influência da oposição e impor uma política que se assemelha, cada dia mais, com um regime ditatorial. Com sua Constituição de 1999, eliminou o Senado e, por meio de plebiscitos, enfraqueceu o Congresso. A ponto de, em 2005, conquistar simplesmente todos os assentos na Assembléia Nacional, após um boicote oposicionista. Ao longo de seus três mandatos (o terceiro iniciado em 2007), o coronel manobrou para colocar seus amigos no controle da Suprema Corte, da Justiça Eleitoral e de todos os postos de fiscalização e controle da República. Também eliminou qualquer possibilidade de os canais de TV aberta criticarem seu governo. De seu Congresso subserviente, recebeu carta branca para governar por decreto, o que lhe garante o direito de concentrar ainda mais poder na Presidência e estatizar os setores elétrico e das comunicações. Todos estes fatores compõem o quadro de um país onde a possibilidade de alternância de poder é nula, as eleições são manipuladas e o Poder Legislativo tem como única missão referendar as decisões do Executivo.
Nada desta política autoritária, entretanto, consegue despertar mais atenção no resto do mundo do que a própria personalidade do aspirante a chefe linha-dura. Mais recente e bem acabada reencarnação do caudilho populista, Hugo Chávez é o típico governante para quem o desempenho econômico, os valores democráticos, o programa de governo e as boas relações com os Estados Unidos são apenas aborrecimentos. Antes de tudo isso, o que interessa é manter a popularidade – e perpetuar-se no poder – a qualquer custo. A exemplo de outros populistas históricos, há no arsenal do presidente venezuelano dois recursos básicos: o nacionalismo sem vergonha e a distribuição assistencialista do que quer que seja – alimentos, remédios, gasolina subsidiada, dinheiro em espécie.
"Construção do socialismo" 
- Para garantir o sustento de seus desvarios autoritários, Chávez assumiu o controle da fonte de receita disponível – o petróleo – e deu à sua política o nome de "construção do socialismo". No caso dele, a “construção do socialismo do século XXI”, como alardeou ao tomar posse do terceiro mandato. Aparentemente, ninguém vai impedir Chávez de prosseguir com sua marcha tresloucada na Venezuela. Tanto ali quanto em Cuba, – e de resto em todos os outros lugares onde a experiência foi testada – a construção do socialismo coincide sempre com a destruição dos países nos quais o sistema é implantado. Cubanos e venezuelanos são hoje povos com horizonte menor do que tinham antes de ser submetidos a ditaduras socialistas. As duas experiências, especialmente a venezuelana, mistura de clichês e da repetição de erros cometidos por governos do passado, comprovam que a "construção do socialismo" é o caminho mais curto para a destruição de uma nação.
Política externa 
 Soma-se ao caudilhismo chavista um agravante da pior espécie: Chávez hoje representa perigo para a democracia e ameaça à estabilidade na América Latina. Em primeiro lugar, ele claramente não se contentou em infernizar a vida dos próprios venezuelanos, e começou a lançar pseudópodes por toda uma crescente área de influência no continente americano: Evo Moales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Daniel Ortega na Nicarágua e até o casal Kirchner, na Argentina, se comportam todos, em maior ou menor grau, como fantoches do coronel. Em segundo, o venezuelano sustenta esse expansionismo com o dinheiro fácil dos petrodólares oriundos da riqueza do subsolo venezuelano, que por enquanto, não dá sinais de esgotamento – por mais que o governo Chávez comprometa a produção do ouro negro. E em terceiro, o socialista está semeando insurreição e instabilidade em países que, embora nominalmente democráticos, ainda lutam para solidificar suas instituições políticas e jurídicas e suas bases econômicas.
Seja apoiando a apropriação de propriedades brasileiras na Bolívia por Evo Morales – que se apossou de refinarias da Petrobras e pôs em risco o abastecimento de gás natural ao Brasil –, ou seja financiando a ditadura em estágio terminal de Fidel Castro em Cuba – com dinheiro do povo venezuelano – Hugo Chávez não é brinquedo. Sua política externa representa um grande risco no horizonte da sofrida América Latina.

Fontes: http://www.ilisp.org/noticias/com-fome-gracas-ao-socialismo-venezuelanos-cacam-gatos-cachorros-e-pombos-para-comer/
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/conheca_pais/venezuela/contexto_politica.html

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