O FALSO BOATO SOBRE O PAI DO TDAH TER DITO QUE O TDAH ERA UMA FARSA


Inúmeras matérias tem pipocado recentemente alegando que Leon Eisenberg, o “pai” do transtorno de déficit de atenção (TDAH), se declarou um mentiroso –dizendo pouco antes de falecer que “TDAH é o principal exemplo de uma doença fictícia”, acabando por gerar certo pânico em pais de crianças e adolescentes que foram diagnosticados com o transtorno.

Não é de minha responsabilidade comentar o jornalismo de outrem aqui; quero apenas esclarecer o que teria dito realmente Dr. Eisenberg pouco antes de falecer.

Checando fontes da matéria original com o colaborador Jackson Paul, pudemos observar que a citação teria sido publicada em um semanário alemão chamado Der Spiegel que, em 2 de Fevereiro de 2012, após anos demonstrando ceticismo ao falar de doenças psiquiatricas, lançou uma matéria feita com Dr. Eisenberg, o intitulando “pai” do TDAH; matéria esta que um ano depois viria a fazer pipocar tal citação, dizendo que o “pai” não passava de um grande “troll”.

Vamos aos fatos: o que aconteceu na verdade é que na hora de traduzir a matéria do alemão para o inglês fizeram uso de um software, e eis que surge o mito da citação de Eisenberg. 

Ao buscar uma tradução dentro do contexto feita diretamente de alemães para o inglês, fica claro que o que Dr. Eisenberg não estava afirmando que o TDAH não é um transtorno real, mas sim que estava sendo excessivamente diagnosticado.

Trecho do que realmente foi dito por Dr. Eisenberg:

“O TDAH é um excelente exemplo de uma doença fabricada (…) Psiquiatras infantis devem determinar com mais precisão as razões psicossociais que podem levar aos problemas de comportamento” continua Eisenberg “Há brigas com os pais, estão com problemas na família? Tais questões são importantes, contudo precisamos de muito tempo. Estão prescrevendo pílulas para isso muito rápido.”.
Está certo que mesmo antes da citação fora do contexto já havia duvidas a respeito da legitimidade da doença, e isso se deve ao diagnóstico que por vezes se dá em apenas uma consulta. 

Dr. Eisenberg estava apenas afirmando o que muitos já sabiam, que o TDAH estava banalizado, sendo descaracterizado e por fim, tornando-se sim uma doença quase fictícia — principalmente quando você leva em conta que crianças, em geral, são hiperativas por natureza.

  “Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?

Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.

No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.

Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.

Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa consequências terríveis. 

Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. 

Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.”

Fonte:s
http://www.spiegel.de/spiegel/print/d-83865282.html

http://universodda.blogspot.com.br/2015/02/noticis-o-falso-boato-sobre-o-pai-do.html

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